por 11º Enpj
As discussões sobre políticas públicas foram o foco do debate de apresentação do livro “As políticas públicas sociais e os desafios do Jornalismo”, feita por Guilherme Canela, coordenador de Relações Acadêmicas da Agência Nacional dos Direitos da Infância (Andi). A mesa de debate foi composta por: Eugênio Bucci, jornalista; Evandro Vieira Ouriques, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); José Coelho Sobrinho, professor da Universidade de São Paulo (USP), e a mediadora Ivete Cardoso do Carmo Roldão, diretora científica do Fórum Nacional de Professores de Jornalismo (FNPJ).
Eugênio Bucci redigiu um texto para o livro apresentado e destacou que a cobertura de matérias referentes às políticas públicas exige do jornalismo um ritmo diferente do frenético, pois “as linhas entremeadas das políticas públicas impõem acompanhamento”. Bucci enfatizou a liberdade como o primeiro dever do jornalismo, “Se ele não cumpre seu dever inicial de ser livre, ele deixa de cumprir os outros”.
O jornalismo engajado também esteve em pauta. Para o professor José Coelho, da USP, “jornalismo tem que ser jornalismo; engajado é uma contradição”. Ele informou que a USP oferece a estudantes de graduação e pós-graduação, do curso de Jornalismo ou de outros, e para as demais universidades, um curso de extensão voltado à temática das políticas públicas. “Se nós estamos em uma universidade pública, por que não oferecemos isso?”, questionou. Coelho afirmou que o curso já apresenta uma demanda significativa. “As inscrições para o próximo terminam dia 25/04 e, das 100 vagas, 68 estão preenchidas”, completou.
Entender o porquê da manutenção de paradigmas na produção de matérias foi a base da apresentação do professor Evandro Ouriques, da UFRJ. Ele citou como exemplo o jornalista que vai a uma comunidade carente e, ao deparar-se com uma produção cultural, um movimento social atuante, disposto a contribuir com o local, prefere destacar os problemas e salientar estereótipos. Ouriques destacou a importância de um olhar mais apurado, no que diz respeito ao fazer jornalístico. “Como é possível mudar a sociedade, se você não muda como pessoa?”, provocou.
Adnyce Oliveira