No dia em que se comemoram os 205 anos da implantação da imprensa no Brasil, as entidades profissionais e acadêmicas abaixo relacionadas vêm a público saudar a aprovação das Novas Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Jornalismo, ocorrida no último mês de fevereiro na Câmara de Ensino Superior do Conselho Nacional da Educação, e clamar por sua imediata homologação pelo Exmo. Sr. Ministro da Educação.

As novas diretrizes curriculares representam o corolário de uma luta secular da área de Jornalismo pela qualidade e especificidade de sua formação profissional, inaugurada no I Congresso Brasileiro de Jornalistas, que fundou a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) em 1908, e reafirmada no 32o. Congresso promovido pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) em 2006 e pelo 9o. Encontro do Fórum Nacional dos Professores de Jornalismo (FNPJ) promovido naquele mesmo ano. A revisão curricular aprovada no CNE tem apoio de entidades acadêmicas da área, e incorpora as recomendações da Unesco para a formação profissional específica.

As novas diretrizes vêm sanar o problema crônico de falta de ligação entre teoria e prática na formação profissional em Jornalismo, provocado pela forma como os currículos mínimos de Comunicação Social foram implantados no Brasil pela ditadura militar e reproduzidos na norma ainda em vigor. Elas poderão, desta maneira, dar novo impulso à área acadêmica da Comunicação – que está revisando simultaneamente as diretrizes curriculares de suas outras vertentes profissionais, como Cinema e Relações Públicas -, permitindo que melhor cumpra sua missão de ciência aplicada, no sentido de apontar caminhos e desenvolver projetos e soluções que garantam a liberdade de expressão e o direito à informação do povo brasileiro, em consonância com a democracia já conquistada e seu aprofundamento pela inclusão social.

O Jornalismo enquanto atividade intelectual enfrenta enormes desafios, não apenas devido à crise dos modelos de negócio que até agora sustentaram sua vertente comercial predominante, mas também quanto ao amadurecimento de uma vertente de jornalismo público, coerente com a democracia pluralista, e as necessidades de expressão e informação de segmentos emergentes, organizações, movimentos e novos atores sociais. O tamanho desses desafios é proporcional à necessidade de uma formação profissional que desenvolva o potencial criativo e inovador das novas gerações de jornalistas que deverão enfrentá-los, com fundamentação teórica, consciência cívica, consistência científica e competência tecnológica.

A urgência desta tarefa inspira este apelo público ao Exmo. Sr. Ministro Aloizio Mercadante, para que homologue com urgência as DCN aprovadas no Conselho Nacional da Educação, a fim de que não se retarde ainda mais a atualização dos currículos das centenas de cursos universitários de Jornalismo em funcionamento no país, que aguardam esta definição já há quatro anos, desde o início da tramitação do processo em 2009.

Brasília, 01 de junho de 2013, Dia da Imprensa

Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor)

Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj)

Fórum Nacional dos Professores de Jornalismo (FNPJ)

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