por Da Redação
O terceiro dia do 10º Encontro do Fórum Nacional de Professores de Jornalismo, abordou durante a manhã, “A Proposta dos Docentes para um Programa Nacional de Estágio Acadêmico em Jornalismo”. A mesa de debate foi composta pelo jornalista, diretor do FNPJ e professor da Universidade Federal de Goiás, Edson Spenthof, e pela jornalista, diretora do FNPJ e da Fenaj e professora da Universidade Federal de Santa Catarina, Valci Zuculoto, mediados pela jornalista, diretora do FNPJ e professora da Unicarioca-RJ, Carmen Pereira. A discussão foi prolongada e gerou polêmica. E conforme sugestão dos participantes do debate, a Proposta dos docentes para o estágio em jornalismo deve ser construída pelos professores nos seus encontros estaduais que, a partir de agora, vão pautar sempre a discussão.
Edson Spenthof iniciou a exposição falando sobre os objetivos do painel e apresentando um breve histórico dos debates em torno do estágio de jornalismo. Dentre as questões discutidas destacaram-se os objetivos didático-pedagógicos do estágio, a sua não obrigatoriedade e a delimitação de uma proporcionalidade entre estagiários e jornalistas profissionais.
“Não se constroi estágios sem uma discussão entre todos os envolvidos, empresas, estudantes e a classe jornalistica. Todos esses setores estão ansiosos no sentido de querer fazer o estágio avançar”, afirmou Spenthof a respeito da concretização de um programa de estágio em jornalismo.
Valci Zuculoto também fez suas considerações, afirmando que o estágio tem um objetivo pedagógico para a formação acadêmica, e não como uma mão-de-obra barata para as empresas.
A discussão que se prolongou até às 13 horas, na qual foram levantadas propostas pelos professores presentes para uma possível evolução no programa do estágio, não chegou a uma decisão concreta. Os docentes pediram o encaminhamento imediato dessas propostas para votação em Assembléia a ser realizada amanhã a tarde no encerramento do Fórum.
Entenda o porquê!
Uma legislação que regulamenta a profissão de jornalista proibi a prática de estágio, segundo o artigo 19 do Decreto Lei 83.284/79. Essa proibição se deu pelo estágio não funcionar como uma proposta pedagógica, e acabava substituindo os profissionais da área, devido a esses problemas, jornalistas e estudantes pediram o fim do estágio.
Em 1984, a resolução 002, obrigava as escolas a terem a prática laboratorial mínima, como forma de suprir a falta dos estágios. Na década de 90, os alunos cansados e insatisfeitos com a não progressão dos laboratórios e com a proibição de estágio, fizeram reivindicações para que o programa voltasse e fosse regulamentado, alegando que o contato com o mercado de trabalho contribuiria para a formação profissional.
A possível volta do programa de estágio foi avaliada com receio pelos profissionais. Temendo que a volta do programa tirasse o seu lugar no mercado de trabalho, alguns jornalistas se posicionaram contra a volta do estágio, enquanto outros apoiavam os movimentos. Em 1996, a Fenaj discutiu a qualidade de ensino, e afirmou que a questão do estágio não é a única proposta para a qualidade. Proporam o melhoramento da qualidade de ensino, foi quando se teve a previsão da volta do estágio com critérios, tendo também que convencer as empresas a adotar o programa de estágio.
Em 2000, houve a implantação dos projetos pilotos, efetivando os estágios, com caráter experimental. Na cidade de Ouro Preto (MG), os profissionais da área fizeram e aprovaram sua proposta para a implantação do estágio. Atulamente são os professores acadêmicos que se articulam para a concretização de suas propostas.
Saiba mais sobre o Programa Nacional de Estágios Acadêmicos em Jornalismo
Ronaldo Moura e Wellington Borges
Agência de Notícias
Foto: Renato Braga