por Da Redação

Do Boletim da FENAJ

O debate truncado feito pela grande mídia em todo o País tenta esconder algo essencial: a existência de uma categoria profissional que trabalha nos jornais, nas emissoras de rádio e TV, nos portais e sites noticiosos e nas assessorias de imprensa, privadas ou não, que é independente e não pode ser confundida com “a imprensa”, ou “a mídia”.

Nós, jornalistas brasileiros, que temos uma longa tradição de luta contra a censura, contra todo tipo de autoritarismo e arbitrariedade, somos trabalhadores que vivemos de uma nobre profissão: informar a população sobre tudo o que possa ser de seu interesse, ininterruptamente, todos os dias do ano, todos os anos.

Nossa batalha cotidiana é pela informação correta, plural, responsável, trazendo a público, de forma equilibrada, o debate do contraditório, resistindo a qualquer forma de desinformação e de manipulação, como está no Código de Ética da profissão. Em lugar das práticas jornalísticas usadas para favorecer interesses particulares, queremos jornalistas éticos, qualificados, formados para exercer com responsabilidade sua profissão.

Na FENAj e nos Sindicatos de Jornalistas de todo o País nos dedicamos, enquanto jornalistas e sindicalistas, à organização e ao fortalecimento dessa categoria profissional. Nosso empenho visa criar instrumentos eficazes para reagir, defender, lutar, garantir conquistas profissionais e a democratização do jornalismo, resistindo às tentativas de desregulamentação e de precarização do trabalho jornalístico.

Por tudo isso, estamos integralmente do lado da categoria quando esta se manifesta pela criação do Conselho, com a finalidade de cuidar do registro profissional, tirando-o definitivamente das mãos do Estado, assim como para cuidar da aplicação do nosso Código de Ética.

Por isso, em nome da categoria dos jornalistas, esclarecemos, de uma vez por todas: o projeto do CFJ não é do Governo, não é de nenhum partido político, não é da FENAJ, não é de nenhum Sindicato ou profissional em particular. A decisão de criar do Conselho é de três Congressos Nacionais dos Jornalistas (de 1996, em Porto Alegre-RS, de 2000, realizado em Salvador-BA, e de 2002, em Manaus-AM), após duas décadas de debates e formulações em torno do tema. A FENAJ e os Sindicatos lutaram para que o projeto fosse encaminhado ao Congresso, porque a criação de autarquia precisa partir do Executivo.

A FENAJ e os Sindicatos vão lutar pela sua aprovação porque assim exigiu a categoria nos seus Congressos de 1996, 2000 e 2002, ratificando sua posição no 31º Congresso Nacional dos Jornalistas, realizado de 4 a 8 de agosto último, em João Pessoa, na Paraíba. E, bem ao contrário de usar o CFJ para censurar, restringir ou impedir a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa, o que a categoria quer é um Conselho que defenda os jornalistas para que, organizados , possam exercer sua função social de informar a sociedade com segurança, dignidade, ética e competência.

Por este conjunto de razões o Conselho é um bem, em primeiro lugar, para a sociedade. E, com certeza, também para os jornalistas.

A partir de hoje, este Boletim Eletrônico que até agora era um veículo da Campanha em Defesa da Regulamentação Profissional, passa a ser o Boletim da FENAJ. E vamos dedicar toda esta primeira edição a informar e debater principalmente as questões relacionadas ao CFJ, veiculando matérias, esclarecimentos, artigos e opiniões favoráveis à sua criação, que não encontram espaço na grande mídia.

Diretoria da FENAJ

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