por Luciane Justus

Durante a mesa de encerramento do II Fórum Sul-brasileiro de Professores de Jornalismo, que aconteceu na noite de sábado, 27 de abril, no Grande Auditório da UEPG, o professor Samuel Pantoja de Lima, da Faculdade de Comunicação da UnB (FAC), e professor visitante do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) apresentou um resumo dos dados apontados pela pesquisa realizada entre 2011 e 2012 sobre o perfil dos jornalistas no Brasil.

Samuel coordenou, juntamente com os professores Alexandre Bergamo Idargo e Jacques Mick (UFSC), a equipe que realizou a pesquisa pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em parceria com a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ. O professor Jacques Mick (UFSC), que segundo Samuel “contribui com o rigor metodológico”, foi o coordenador geral dos trabalhos realizados com mais 15 bolsistas – sendo 10 estudantes de graduação, três do mestrado e dois de doutorado do PPGSP/UFSC. A pesquisa também contou com o trabalho de outros profissionais e acadêmicos voluntários.

Motivados a participar espontaneamente desta pesquisa por telefone, email, redes sociais, através de canais de mídia especializados, sites e instituições como FENAJ e FJPJ, foram consideradas válidas as respostas de 2.731 jornalistas de todos os estados brasileiros e também do exterior. A margem de erro, segundo estimativa dos especialistas, é inferior a 2%.

Entre os dados apresentados por Samuel estão que 64% são mulheres, somente 25,2% são filiados ao sindicato, apenas um em cada três participam de movimentos sociais, associações ou organizações e quase três quartos da categoria eram favoráveis à criação de um órgão de autorregulamentação do exercício da profissão. No quesito salarial a questão de gênero se confirma como nas demais profissões – as mulheres jornalistas, mais jovens, ganhavam menos que os homens; eram maioria em todas as faixas até 5 salários mínimos e minoria em todas as faixas superiores a 5 salários. Outro dado é que 76% afirmam ter realizado estágio.

O professor e pesquisador do Centro Universitário Uninter e presidente do Sindicato dos Jornalistas do Paraná, Guilherme Gonçalves de Carvalho, destacou questões polêmicas sobre a obrigatoriedade do estágio na formação superior em Jornalismo, prevista nas Novas Diretrizes Curriculares ao ensino de Jornalismo, e que aguardam a aprovação do texto final pelo MEC. “É fundamental que, diante inclusive dos dados da pesquisa, as instituições de ensino, juntamente com o sindicato e outras entidades da área, encontrem alternativas para que o estágio seja realmente significativo na formação acadêmica”, avalia Carvalho. O presidente do SindiJor/PR lembrou, ainda, que a preocupação do sindicato é com a “exploração de mão-de-obra barata, que é um problema antigo e registra denúncias frequentes.

O livro “Perfil do jornalista brasileiro: características demográficas, políticas e do trabalho jornalístico em 2012” (Ed. Insular) que relata os resultados da pesquisa deve ser lançado no dia 6 de maio na UFSC. O resumo já está disponível no site www.perfildojornalista.ufsc.br.

Deixe um comentário