por Da Redação

Uma “aula” sobre a história do ensino de jornalismo e os métodos utilizados foi o que se viu, na manhã desta sexta, no 2º Encontro da Rede Alcar. A mesa-redonda contou com professores da UFSC, USP, Cásper Libero e Associação Brasileira de Imprensa. Com o tema “História do ensino do Jornalismo e das profissões midiáticas”, Nilson Lage, da Universidade Federal de Santa Catarina; José Marques de Melo, da Universidade de São Paulo; Ana Arruda, da Associação Brasileira de Imprensa; e Erasmo Nuzzi, da Faculdade Cásper Libero, discutiram o ensino de jornalismo, no Encontro da Rede Alfredo de Carvalho, que termina neste sábado, no Hotel Praiatur, na Praia dos Ingleses. Nilson Lage afirmou que as principais falhas no ensino da profissão são a falta de proximidade dos alunos com a tecnologia atual encontrada no mercado e fazer com que os jornalistas, formados e em formação, tenham uma “relação factual” com o mundo. “Isso significa conhecer o mundo e as idéias, mas não necessariamente assumir essas idéias. É importante saber se eu estou fazendo um jornal para eu ler ou para as outras pessoas lerem”, explicou Lage. Para o professor, o que se faz hoje em dia nas faculdades de comunicação social de todo o país não é ensino de jornalismo. “É uma picaretagem o que se encontra nessas faculdades. Não se pode misturar profissões como Jornalismo e Publicidade: uma querendo informar, outra querendo convencer de algo”, argumenta. Depoimento Pessoal Ana Arruda, presidente da Associação Brasileira de Imprensa, utilizou seu espaço para, ao mesmo tempo em que falava do ensino do jornalismo, fazer uma homenagem a dois professores de faculdade pela qual ela passou. Lúcio Leão e Vítor Nunes Leal, ex-professores da Faculdade Nacional de Filosofia (FNF), ficaram na memória de Ana por causa da qualidade de suas aulas. “Eu lembro que vinham alunos de outros cursos para assistir às aulas”, disse. Segundo Ana, apenas duas pessoas das 11 que se formaram seguiram a profissão. “O curso de jornalismo da FNF não formou jornalistas, mas sim pessoas extraordinárias”. Aula de História José Marques de Melo e Erasmo Nuzzi foram responsáveis por uma verdadeira aula de história sobre o ensino do jornalismo. Marques, que abriu as discussões da mesa, explicou a época “embrionária” das escolas que formavam jornalistas. “Só com a revolução burguesa, na metade do século XVIII, a imprensa se institucionalizou e se firmou”, afirmou Marques, ao falar sobre o aumento da demanda por notícias velozes e sobre o início da imprensa. Marques também relatou o pioneirismo de alguns em países como Estados Unidos e Alemanha na área jornalística e no conhecimento acadêmico da profissão. “Final do século XVII e início do XVIII surgem as duas primeiras teses sobre o assunto, que serviram de base e foram seguidas por outras”. Erasmo Nuzzi, diretor da Faculdade Cásper Libero, encerrou a mesa-redonda com uma síntese dos fatos mais marcantes para o desenvolvimento do jornalismo no Brasil. Nuzzi falou também sobre a lei criada durante o governo Getúlio Vargas que fixa a obrigatoriedade do diploma para se exercer a profissão de jornalista, citou personagens importantes na área como Assis Chateaubriant e descreveu os esforços da criação do primeiro curso de jornalismo do país, o da Faculdade Cásper Libero.

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