História do Jornalismo é discutida no 2° encontro da Rede Alfredo de Carvalho

por Imprensa – 7° Fórum

Cerca de 30 participantes do 2° encontro da Rede Alfredo de Carvalho acompanharam as apresentações do Grupo de Trabalho “História do Jornalismo”, coordenado pela professora da Universidade Federal Fluminense, Marialva Barbosa.

Foram apresentadas cinco pesquisas sobre o tema. O professor do curso de Jornalismo da UFSC, Nilson Lage, apresentou o trabalho “Diário Carioca – O primeiro degrau para a modernidade”, que trata da trajetória do jornal Diário Carioca. Segundo Lage, o jornal, além de influenciar episódios políticos que fazem parte da história do país, foi pioneiro na modernização do texto jornalístico.

Fundado em 1928, o Diário Carioca introduziu no jornalismo brasileiro o modo americano de redigir notícias, o que inclui o chamado “lead” – modo de redação empregada em jornais, no qual as informações mais importantes são apresentadas primeiro. “O Diário Carioca ajudou a simplificar a linguagem dos jornais, antes muito semelhante à utilizada na advocacia”, diz Lage.

Ele conta que as mudanças foram incorporadas pelo jornal durante a segunda guerra mundial, devido ao fato de que a maioria do noticiário da época era composta por textos internacionais, redigidos de forma mais objetiva do que se fazia no Brasil.

Além disso, Lage destaca que a experiência acadêmica de dois professores do curso de Jornalismo da Faculdade Nacional da Filosofia da Universidade do Brasil (atual Universidade Federal do Rio de Janeiro), Danton Jobim e Pompeu de Souza, foi fundamental no processo de modernização do Diário Carioca. “Trata-se de um exemplo claro de transferência de conhecimento acadêmico para a inovação técnica do jornalismo”, explica o professor no resumo do trabalho.

Em 1951, Pompeu de Souza escreveu o primeiro manual de jornalismo brasileiro. Após 37 anos participando ativamente do cenário político do país, o Diário Carioca foi fechado em 1965 – um ano depois do golpe militar. De acordo com Lage, o fechamento do jornal ocorreu porque ele apresentava um caráter político muito forte, que não poderia ser exercido durante a época da ditadura.

Outros trabalhos

O doutorando em comunicação da Universidade Federal Fluminense, Marco Antonio Roxo, apresentou a pesquisa “Os jornalistas e sua greve: consciência de classe e debate político”, sobre as polêmicas e disputas que envolveram os jornalistas durante a greve da categoria, realizada em São Paulo, em 1979. “A intenção do trabalho é superar uma lacuna histórica, já que todo o material existente sobre o tema trata somente do período pós-greve e não exatamente de seus motivos”, assinala Roxo.

Mais três trabalhos foram apresentados no GT: “Inventando tradições: os historiadores e a pesquisa inicial sobre o jornalismo”, do doutorando em comunicação da Universidade de São Paulo, Richard Romancini; “Tematização da cultura no jornalismo brasileiro”, do professor da Universidade Estadual de Ponta Grossa (PR); e “Como escrever uma história da imprensa?”, da professora da Universidade Federal Fluminense, Marialva Barbosa.

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