por Da Redação

O debate sobre o tema “Jornalismo e desenvolvimento: reflexões sobre a agenda das mudanças climáticas” abriu nesta quarta-feira os trabalhos do 13° Encontro Nacional de Professores de Jornalismo. A atividade ocorreu em auditório do Hotel Atlante Plaza no início da tarde e contou com a participação dos jornalistas Carlos Fioravante e Cicloval Morais de Sousa, com a mediação do cientista social Fábio Sene.

Na abertura, o cientista social Fábio Sene, coordenador de Relações Econômicas da Andi (Agência de Notícias dos Direitos da Infância) disse que nos últimos anos têm aumentado a demanda por uma abordagem sobre a questão das mudanças climáticas, o que torna necessário pensar o papel da imprensa nesta área. O mediador também apresentou dados das ações da Andi em relação às mudanças climáticas, com destaque para o monitoramento de mídia.

O jornalista Carlos Fioravante, especializado na cobertura de ciência e ambiente, apresentou comparação da cobertura do tema na Inglaterra e no Brasil, tomando como referência o The Independent e a Folha de S. Paulo. Destacou que no caso do Brasil predomina o “discurso do medo”, em tom alarmista, enquanto na Inglaterra já há avanços em relação a um “discurso da ação”. Entre as sugestões para melhorar a cobertura ambiental, Fioravante destacou: evitar maniquismo, especificar os problemas ambientais, valorizar problemas locais, valorizar outros atores e lembrar das incertezas.

O jornalista e sociólogo Cicloval Morais de Sousa, enfatizou a importância de se promover uma melhoria na cobertura da mídia sobre a questão ambiental. Citou como problemas a ausência de pluralidade de vozes na imprensa, principalmente das fontes ligadas aos movimentos organizados e comunitários. Também mencionou o fato de que a as mídias locais, em sua avaliação, não cobrem adequadamente os problemas locais, mas acabam apenas reproduzindo as coberturas de temas gerais.

Outro ponto abordado pelo expositor foi a ausência de contexto, inclusive sobre as circunstâncias das notícias. Na sua visão, é preciso que os jornalistas se abram para o debate sobre as pautas do seu trabalho, estabeleçam canais de interlocução com o público e a comunidade. “Precisamos ter a coragem de levar essa questão da pauta aberta inclusive para dentro das escolas de jornalismo”, disse.As apresentações estão disponíveis em http://www.scribd.com/doc/30306089 e http://www.scribd.com/doc/30302299.

Paulo Roberto Botão – Foto: Gerson Martins

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