A Associação Brasileira de Ensino de Jornalismo (Abej) se solidariza com a jornalista Schirlei Alves, do site The Intercept, cuja condenação criminal pela juíza Andrea Cristina Rodrigues Studer, lança uma sombra sobre a liberdade de imprensa no Brasil. A jornalista, que estava cobrindo o caso da influenciadora digital Mariana Ferrer, cumprindo o seu papel de levar informação para a sociedade, foi condenada a um ano de prisão e pagamento de R$400 mil em indenização.
A Abej assinou, juntamente com inúmeras entidades da área, um manifesto, encabeçado pelo Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina. Além disso, a conselheira da associação, Rosiméri Laurindo, representou a Abej no ato público, realizado nesta quinta-feira, 30 de novembro, às 10h, no auditório do Centro de Comunicação e Expressão (CCE-UFSC). A presidenta da Abej, Marluce Zacariotti, ressalta a importância de mostrar apoio e força: “É fundamental mostrarmos força e união de entidades para pressionar as autoridades judiciárias não apenas pela revisão da pena da jornalista, mas por outras possíveis situações de ataque ao trabalho jornalístico.”
A conselheira da Abej, Rosiméri Laurindo, destaca que participar deste ato é necessário. E destaca:”Estamos em defesa da profissão, mas também gostaria de enfatizar a importância de apoiar a pessoa Shirley Alves, a mulher Shirley Alves, jornalista, em sua individualidade. Quando se tenta atingir uma profissão, muitas vezes, emprega-se uma violência específica contra uma pessoa, que acaba descobrindo que não tem forças para lutar. Esse ato, portanto, é uma forma de mostrar que estamos juntos e que lutaremos coletivamente.”
O assédio judicial contra jornalistas, colocando em risco a liberdade de expressão, tem sido comum no Brasil. A presidenta da Abej observa que é necessário se posicionar. “A Abej como instituição que defende a formação jornalística, a qualidade do ensino e, por conseguinte, do jornalismo, não deve se abster diante de ataques ao trabalho sério e ético de jornalistas,que apenas cumprem seu papel.”
Vivemos em uma sociedade democrática e por isso a liberdade de expressão é um pilar fundamental e o jornalismo desempenha um papel crucial ao levar à população informação de maneira transparente, profissional, com apuração e checagem de dados. As lutas e a união das instituições são necessárias. Não só fortalecem a comunidade jornalística, como ressaltam a importância de um jornalismo livre e independente para uma sociedade democrática.
Ana Beatriz Oliveira
Revisado por: Marluce Zacariotti
