CHAMADA PARA DOSSIÊ: O lugar do paradigma jornalístico no campo científico: debates epistemológicos
Os desafios lançados sobre o campo profissional do jornalismo na atualidade, marcados pelo atravessamento de fronteiras entre jornalismo e comunicação, profissionais e amadores, empresas tradicionais e canais e perfis em redes sociais tornam mais nebulosos os aspectos que definem o que é o jornalismo. Em partes, esta conjuntura tem sido considerada para explicar fenômenos de uma “crise” que afeta a profissão, o modelo de negócios, a credibilidade e a importância do jornalismo, tal como vem sendo tratada a questão por parte dos pesquisadores e também por empresários e referências do campo profissional.
Para alguns, trata-se de uma crise que precede a consolidação de um novo paradigma que está modificando o jornalismo e a partir do qual emergirá uma nova definição, cujas características são diferentes das que fundamentam o que se entende atualmente da atividade e suas consequências para a sociedade.
Próprio de uma área também marcada pela dicotomia entre prática e teoria, as condições atuais tornam mais desafiadoras a tarefa de cientistas do jornalismo em apresentar problemas e soluções para o impasse no qual o jornalismo se encontra. Nesse sentido, o campo científico tem sido questionado sobre sua capacidade de oferecer respostas.
O dossiê que se apresenta propõe reunir contribuições de pesquisadores interessados em problematizar o campo do jornalismo a partir da teoria ou de debates epistemológicos que permitam um avanço sobre o pensamento atual, seja por uma perspectiva crítica ou propositiva que considere a centralidade da ciência do jornalismo neste processo. Nesse sentido, o dossiê se constitui também em uma provocação para o campo científico, para que apresente perspectivas sobre a questão paradigmática do jornalismo. Estamos, de fato, vivenciando uma crise paradigmática; o turbulento cenário atual é característico do paradigma atual ou as crises são próprias do jornalismo, diante da tentativa de equilibrar diferentes interesses? Qual é o lugar do jornalismo neste contexto de transformações sociais? Quais fundamentos orientam o jornalismo na contemporaneidade?
A partir deste debate, convidamos pesquisadores e pesquisadoras a enviarem suas contribuições.
https://revistas.uepg.br/index.php/pauta/about/submissions
Guilherme Carvalho – guilhermegdecarvalho@gmail.com
Jornalista, pós-doutor em Jornalismo pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (2019). Doutor pela Unesp e mestre em Sociologia pela Universidade Federal do Paraná. Possui pós-graduação (lato sensu) em Comunicação, Cultura e Arte pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (2013) e graduação em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (2001). Professor e coordenador do curso de jornalismo do Centro Universitário Uninter. Também é vice-presidente da Associação Brasileira de Ensino de Jornalismo (Abej) e docente do Programa de Pós-Graduação em Jornalismo da UEPG.
Marcelo Engel Bronosky – mebrono@uepg.br
Jornalista, doutor em Ciências da Comunicação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (2008). Mestre em Comunicação Social pela Universidade Metodista de São Paulo (1998) e graduado em Jornalismo pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (1994). Professor adjunto da Universidade Estadual de Ponta Grossa dos cursos de graduação em Jornalismo e do Mestrado em Jornalismo em tempo de dedicação exclusiva. É vice-diretor de relações institucionais da Abej (2022/2024). Coordena o Grupo de Pesquisa Lógicas de Produção e Consumo do jornalismo.
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