por Imprensa – 7° Fórum
Entender a influência da concentração das empresas de mídia, a mudança na linguagem das matérias, o resultado do grande volume de informações disponível atualmente e discutir a democratização da informação são alguns dos pontos enumerados pelo professorFrancisco Karam, coordenador do 2° Encontro Nacional da Rede Alfredo de Carvalho, para justificar a criação da rede. “Mesmo publicista em seus primórdios, o jornalismo é referência para historiadores e retrato do cotidiano”, avalia ele, e é com esta intenção que o encontro que começa na noite de hoje foi organizado. A rede não é uma instituição, mas uma união virtual de pesquisadores com interesse em estudar a história das mídias, e vem consolidando núcleos em diversos Estados, como São Paulo, Santa Catarina, Maranhão, Pernambuco e Bahia. Os encontros nacionais ocorrem com a intenção de reunir as pesquisas feitas em cada um desses núcleos. O primeiro Encontro foi realizado no Rio de Janeiro, em 2003. Em entrevista ao programa de rádio Notícia na Mesa, da Rádio Cultura, o professor Karam falou sobre questões atuais do desenvolvimento da mídia. Volume de informações Para Karam, a evolução tecnológica dinamizou e facilitou o trabalho da imprensa ao disponibilizar maior oferta de informação. Novos veículos são criados, os assuntos podem ser mais segmentados, há espaço para diferentes abordagens e fontes. Concentração da mídia Mesmo com o aumento da oferta de informação, a concentração das empresas prejudica a diversidade do jornalismo e impede a democratização. Atualmente, grandes corporações detém a maior parte dos veículos, tornando a veiculação muitas vezes tendenciosa. Espaço da opinião Diferentemente do jornalismo publicista, atualmente há espaço definido para a inserção de opinião nos meios de informação. O professor ressalta que é impossível fazer jornalismo totalmente isento, mas isso se deve ao conhecimento de mundo e características pessoais do jornalista. Aprofundamento das matérias Karan lembra que o aumento do volume de informação, aliado ao compromisso com a instantaneidade do jornalismo vem produzindo matérias pouco aprofundadas. Ele lamenta a perda de grandes reportagens temáticas, como as realizadas na Revista Realidade, e aposta no jornalismo investigativo como saída.