por Da Redação
O jornalista e escritor Zuenir Ventura fará a conferência de abertura do 8° Encontro Nacional do FNPJ, dia 21 de abril, em Maceió, no Hotel Meliá, a partir das 20 horas. Ao analisar o jornalismo hoje, Ventura, destaca: “um jornal pode ter 100 anos de existência, mas sua credibilidade dura 24 horas, ou seja, precisa ser renovada a cada dia”. Segundo ele, um crédito perdido é muito difícil de ser recuperado. “Talvez seja o capital mais difícil de acumular e mais fácil de perder. Em termos de televisão então, esse tempo se reduz a segundos, que é a unidade do veículo: a confiança pode ser perdida não em 24 horas, mas em segundos”.
Zuenir Ventura é jornalista e escritor. Em sua trajetória colaborou com os principais veículos de comunicação impressos do país. Entre os livros publicados, “1968 – o ano que não terminou”, “Cidade partida”, “Inveja – mal secreto” e “Chico Mendes – Crime e castigo”. É colunista do site nominimo e do jornal O Globo. É o conferencista da noite de abertura com o tema “Formação e Responsabilidade no Jornalismo”.
Zuenir Ventura – Bacharel e licenciado em Letras Neolatinas. Nos anos 50 foi assistente do filólogo Celso Cunha na cátedra de Língua Portuguesa, na então Faculdade de Jornalismo, que se transformaria mais tarde em Escola de Comunicação, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. No ano de 1956 torna-se redator de “A História em Notícia”, dirigida por Amaral Netto, uma publicação paradidática que tratava os acontecimentos históricos em linguagem jornalística. Em 1957 vai trabalhar como arquivista da “Tribuna da Imprensa” no horário das seis da tarde à meia-noite. Em 1959 ganha em concurso uma bolsa de estudos do governo francês para o Centro de Formação de Jornalistas, em Paris.
Nos anos de 1960/1961 paralelamente aos estudos, trabalha como correspondente da “Tribuna” na capital francesa. Faz uma reportagem curiosa para a revista “Senhor” sobre a moda dos umbigos de fora em Saint-Tropez e, para o jornal, cobre a passagem de Jango por Paris, antes de vir assumir o poder, a Conferência de Paz para a Argélia, em Évian, o encontro de cúpula entre Kennedy e Kruschev, em Viena. Em 1962 vai para o “Correio da Manhã” como editor internacional e passa a dar aula de Comunicação Verbal na Escola Superior de Desenho Industrial, da qual é um dos fundadores. Em 1965 é convidado para reformular e dirigir a redação do “Diário Carioca”. Transfere-se em seguida para a revista “O Cruzeiro”, da qual passa a ser chefe de reportagem. Durante 1966 dirige a redação da revista “Fatos & Fotos”. Em 1969 produz para a Editora Abril a série de 12 reportagens “Os anos 60 – A década que mudou tudo”, mais tarde lançada em livro.
Em 1975 colabora como roteirista no documentário “Que país é esse?”, realizado por Leon Hirzsman para a Rádio e Televisão Italiana. Em 1977, troca a “Visão” pela “Veja”, também como chefe da sucursal. Neste período, coordena a cobertura da morte de Cláudia Lessin Rodrigues, com a qual os repórteres Valério Mainel e Amigucci Gallo ganham o Prêmio Esso. A equipe descobre que Cláudia não morrera de overdose, como sustentavam os assassinos, mas por causa de uma pancada na cabeça. Participa também de uma matéria de capa sobre a violência no Rio, na qual se usa pela primeira vez a expressão “guerra civil” para abordar o tema. Em 1980 faz uma longa entrevista para a “Veja” com Carlos Drummond de Andrade, depois de décadas de silêncio do poeta.
A partir de 1985 é convidado a reformular a revista Domingo, do “Jornal do Brasil”. Em seguida edita o Caderno B e logo depois cria o Caderno B-Especial e o suplemento semanal Idéias, voltado principalmente para a literatura. Durante o ano de 1988 fica afastado dez meses do jornal para escrever “1968 – O ano que não terminou”, que se torna um best-seller, já tendo vendido mais de 200 mil exemplares. O livro também é usado como inspiração para a minissérie “Anos rebeldes”, de Gilberto Braga e Sérgio Marques, na Rede Globo. Em 1989, por decisão dos editores Marcos Sá Corrêa e Flávio Pinheiro, torna-se repórter especial do “JB” e, como tal, vai ao Acre, onde o líder seringueiro e ecologista Chico Mendes fora assassinado em dezembro de 1988. Fica mais de um mês no estado apurando o crime e produz uma série de reportagens que lhe vale dois prêmios: o Esso de Jornalismo, o mais importante do país, e o Wladimir Herzog, de direitos humanos.
Em 1993, como reação às chacinas da Candelária (oito meninos mortos) e de Vigário Geral (21 pessoas mortas), ajuda a criar o Viva Rio, organização não governamental voltada para projetos sociais e campanhas contra a violência. Em 1994, depois de passar nove meses indo à favela de Vigário Geral, transforma a experiência no livro “Cidade partida”, um retrato das causas da violência no Rio. O livro ganha o Prêmio Jabuti de Reportagem. Por decisão do então editor-chefe Dácio Malta, torna-se colunista semanal do “Caderno B” no ano de 95. Em 1998 abre a coleção “Plenos pecados”, da editora Objetiva, com “Inveja – Mal secreto”, livro em que, entre outras coisas, narra seu tratamento vitorioso contra um câncer na bexiga. Também escreve, a convite do caricaturista Cássio Loredano, “O Rio de J. Carlos” (Lacerda Editores), um longo texto seu acompanhando desenhos do cartunista. Em 1999 deixa o “Jornal do Brasil” e passa a assinar duas colunas: uma em “O Globo”, aos sábados, e outra na revista “Época”, inicialmente semanal e depois quinzenal. Reúne textos escritos para “Jornal do Brasil”, “O Globo” e “Época” no livro “Crônicas de um fim de século”.
Em 2000 – Publica com Heloísa Buarque de Hollanda e Elio Gaspari o livro “Cultura em trânsito – 70/80”, com textos escritos nessas décadas. Com Izabel Jaguaribe, realiza o documentário “Um dia qualquer”, capítulo da série “Seis histórias brasileiras”, coordenada por João Moreira Salles para o canal a cabo GNT. Com o fim de no.com.br, em 2002, parte da equipe cria o site nominimo.com.br, para onde Zuenir também escreve. Faz as entrevistas e o roteiro de “Paulinho da Viola – Meu tempo é hoje”, documentário dirigido por Izabel Jaguaribe para marcar os 60 anos do cantor e compositor. A partir de 2003 passa a escrever duas vezes por semana na página de opinião de “O Globo”, deixando a coluna de sábado no Segundo Caderno. Deixa de escrever na revista “Época”. Volta ao Acre depois de 13 anos e, a partir do que vê, escreve a última parte de “Chico Mendes – Crime e castigo”, livro lançado pela Companhia das Letras tendo como base a premiada série “O Acre de Chico Mendes”
Fonte: Assessoria de Imprensa do 8° Encontro Nacional do FNPJ
Sítio: www.8forum.ufal.br.