por João Pedro Vieira

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do município do Rio de Janeiro promoveu, no último dia 27 de junho, um debate acerca do livro “Perfil do jornalista brasileiro”, com Celso Schröder, presidente da Fenaj, e Leonel Aguiar, professor da PUC-Rio, moderado por Carmen Pereira, membros, respectivamente, dos conselhos Consultivo e Fiscal do FNPJ. Schröder abriu o encontro falando da importância da pesquisa que “dá caminhos muito claros e também terefas para a Fenaj, pois oferece à próxima direção da Fenaj um foco para suas atividades”.

Essa observação foi feita porque acredita que muitas questões intuídas ao longo do tempo foram concretizadas, dando mais consistência às lutas da classe.

Um dos resultados apresentados no livro é que o jornalista brasileiro é, na maioria, mulher, branca, mal paga (ganham menos que os homens), assim como se constata que a representação do negro no Jornalismo é menor que a proporção do negro na população brasileira.

Outro item destacado por Schröder é o resultado da pesquisa feita no Distrito Federal com relação aos favoráveis e os contrários ao diploma. Segundo a pesquisa, 60% defendem a formação superior, não necessariamente Jornalismo. Disse também que é importante a formação universitária em Jornalismo por uma questão de amor próprio, além da autoestima da profissão, lembrando que a categoria é qualificada, mas não politizada. Também ressaltou que 92% defendem um Conselho Federal do Jornalismo.

O presidente da Fenaj concentrou parte do debate na discussão acerca de profissão e não emprego do jornalista: “o jornalista não é um empregado. Ele não é jornalista porque tem um emprego de jornalista; não é jornalista porque foi contratado como um. Não é o empregador quem define quem é ou não jornalista. Ele é jornalista por exercer a profissão de jornalista, que deve ter uma formação de qualidade, reconhecida pela sociedade”.

Por último, Schröder disse que a pesquisa indica que “menos de 50% dos jornalistas estão fora da mídia tradicional, que mais de 50% produzem conteúdo na mídia tradicional e que 40% dos jornalistas estão em São Paulo”.

Leonel Aguiar disse que a pesquisa ajuda “a entender as transformações do Jornalismo. Não apenas mudanças com as mídias sociais, mas também o capitalismo pós-fordismo”. Também ressaltou a importância do trabalho do FNPJ que, junto com a SBPJor, acerca da importância da formação e das pesquisas voltadas para o Jornalismo em questões acadêmicas, pois quem ganha com “a qualidade da profissão do jornalista é a sociedade”.

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