por Imprensa – 7° Fórum

Entre os trabalhos que serão apresentados hoje nos Grupos de Trabalho (GTs) do 2º Encontro Nacional da Rede Alfredo de Carvalho, está a biografia da primeira mulher jornalista do Estado. A pesquisa foi feita pela estudante de Jornalismo da UFSC, Andressa Braun, que vasculhou os arquivos de jornais na biblioteca Estadual de Santa Catarina e encontrou os registros sobre Maura de Senna Pereira. Até a pesquisa de Andressa, o pioneirismo era atribuído à deputada estadual Antonieta de Barros. Maura de Senna teve seu primeiro texto publicado num jornal porque decidiu responder a um desafio. José Acrísio, redator do jornal O Elegante, de Florianópolis, publicou um artigo provocando as mulheres a escreverem no jornal. Ela escreveu sob o pseudônimo de Alba Lígia, mas alguns meses depois a verdadeira autoria foi descoberta. Até se mudar para o Rio de Janeiro em meados dos anos 30, além de O Elegante a jornalista escreveu no jornal República. Na capital carioca, Maura Senna fundou, na Gazeta de Notícias, um dos primeiros suplementos femininos publicados em jornais brasileiros. O trabalho jornalístico foi pioneiro sob vários aspectos. Ela escreveu artigos de cunho feminista, reivindicando, por exemplo, o voto para as mulheres e seu direito de trabalhar fora de casa. Nos textos, a jornalista levantou a bandeira da ecologia, demonstrando uma preocupação com o meio ambiente numa época que ninguém falava sobre o assunto. Divorciada, mudou-se de Florianópolis para o Rio de Janeiro, teve um novo relacionamento e ainda teve a ousadia de escrever sobre sexualidade feminina para uma sociedade bastante conservadora e moralista. O trabalho de pesquisa de Andressa Braun foi realizado entre fevereiro e junho de 2003, para uma disciplina ministrada pelo professor Francisco Karam – um dos coordenadores da Rede Alfredo de Carvalho – que tem como objetivo estimular os estudantes a desenvolverem pesquisas sobre a história do jornalismo.

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