por Da Redação

A campanha da grande mídia contra a criação do Conselho Federal de Jornalismo (CFJ) vai ganhar novos elementos. Depois de atacar o governo Lula (que somente encaminhou o projeto de lei ao Congresso, atendendo ao pedido da Fenaj e dos Sindicatos) e de usar e abusar do argumento de que o Conselho vai cercear a liberdade de expressão, alguns veículos de comunicação vão partir para o ataque à Fenaj e aos seus dirigentes.

Na última quinta-feira, dia 12, os membros da Executiva da Fenaj foram entrevistados individualmente por repórteres da Veja e da Folha de S. Paulo. Veja informou que estava fazendo um perfil dos dirigentes sindicais. Perguntou a cada um(a) se ele(a) era filiado(a) ao PT e se já tinha trabalhado em redação. A Folha de S. Paulo quis saber exatamente a mesma coisa: se o dirigente era filiado a um partido político (não perguntou se ao PT, diretamente) e se já tinha trabalhado em redação. Veja quis saber ainda quantos jornalistas são filiados aos Sindicatos ligados à Fenaj.

Para os dirigentes da Fenaj que foram entrevistados, ficou clara a intenção de boa parte da mídia -Veja, Folha de S. Paulo, entre outros veículos – de tentar vincular a Fenaj ao governo federal e seus dirigentes ao PT. Também tentam desqualificar a ação sindical, alegando que os dirigentes sindicais estão fora das redações e questionando a representatividade das entidades.

Muitos dos dirigentes da Fenaj não são filiados a partidos. E a maioria também precisa se desdobrar para conciliar suas atividades sindicais com o exercício profissional. Porque não são diretores liberados e cumprem jornada, trabalhando em redações, assessorias ou em universidades, etc., enfim, em todos os locais de trabalho de jornalistas.

É preciso estar alerta para as tentativas de cerceamento à liberdade dos cidadãos que ocupam funções sindicais e que, obviamente, têm o direito de também participarem diretamente da vida política do País, atuando em partidos políticos. Do mesmo modo é preciso ficar atento e combater o argumento maldoso de que os dirigentes sindicais não estão nas redações e o argumento tendencioso de que os Sindicatos não são representativos.

A Fenaj, os Sindicatos e a categoria não podem admitir que a discussão sobre o Conselho Federal de Jornalismo seja desvirtuada por interesses político-eleitorais. A criação do CFJ é uma aspiração da categoria e sua pertinência deve ser amplamente debatida pela sociedade. É preciso lembrar que o Conselho será uma autarquia com organização independente inclusive dos Sindicatos e com atribuições muito diversas das atribuições sindicais. A organização sindical brasileira está em debate, com a proposta de reforma sindical, mas é preciso não misturar alhos com bugalhos.

Diretoria da FENAJ

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