por Gerson Martins

A Federação Nacional dos Jornalistas divulgou, no último dia 5 de junho, o documento final do 30º Congresso Nacional dos Jornalistas, a Carta de Manaus. Uma das principais teses da carta trata do Conselho Federal de Jornalismo. Diz o documento: “A satisfação do direito dos cidadãos a uma informação plural, ética e verdadeira está ameaçada com a decisão provisória da Justiça de suspender a exigência do curso superior de graduação em jornalismo para o exercício da profissão. O desafio para a categoria é garantir a regulamentação da profissão e avançar na constituição dos Conselhos Federal e Regionais de Jornalismo.” Confira o texto completo da carta. XXX Congresso Nacional dos Jornalistas Carta de Manaus Como sede do 30º Congresso Nacional dos Jornalistas, Manaus e a região amazônica inspiram os jornalistas brasileiros na tomada de suas principais decisões neste momento crucial para a existência da própria categoria. A Amazônia, com sua riqueza bionatural e importância planetária, espelha a diversidade e a abrangência da atividade do jornalista como responsável pela difusão da informação, um bem público essencial à construção de uma nação de cidadãos. A satisfação do direito dos cidadãos a uma informação plural, ética e verdadeira está ameaçada com a decisão provisória da Justiça de suspender a exigência do curso superior de graduação em jornalismo para o exercício da profissão. O desafio para a categoria é garantir a regulamentação da profissão e avançar na constituição dos Conselhos Federal e Regionais de Jornalismo. Ao mesmo tempo em que lutamos para manter conquistas históricas e alcançar um patamar superior de organização, chamamos a atenção de toda a sociedade brasileira para a importância de assegurar a instalação e o funcionamento do Conselho de Comunicação Social, na plenitude de suas prerrogativas. Essa conquista é resultado de um longo esforço pela democratização da comunicação no país, parte da luta geral do povo brasileiro pela transformação social e pela democracia. Vivemos um momento histórico em que se vislumbra a possibilidade de superação do atual modelo econômico e social excludente. Os jornalistas, parte da classe trabalhadora, duramente atingidos pelo flagelo do desemprego e pela precarização das relações de trabalho, assumem a sua responsabilidade. Estamos diante de um cenário que põe em questão o próprio destino do Brasil enquanto Nação e dos(as) brasileiros(as) enquanto povo. Um quadro que postula – mais do que um novo governo e uma nova maioria política-parlamentar – a formulação de um projeto de Brasil que materialize uma ruptura com o modelo atual. Reconhecemos a existência de outras candidaturas dentro do campo democrático e popular, mas assumimos a responsabilidade histórica de apoiar a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva como a que melhor expressa a possibilidade da construção desse novo País. Ao mesmo tempo, chamamos a responsabilidade dos jornalistas para, dentro de suas possibilidades de atuação profissional, assegurar a livre expressão da manifestação do pensamento e do voto popular, impedindo qualquer manipulação da informação, em benefício ou em prejuízo de quem quer que seja. O país que almejamos é, também, o mundo que almejamos. Uma vez ainda inspirados na força que emana da diversidade de formas de vida da Amazônia, os jornalistas brasileiros defendem o desenvolvimento sustentável como condição de sobrevivência do Planeta. Enfim, queremos um mundo onde impere a livre determinação dos povos, a soberania e a autonomia das nações, em busca da cooperação e da paz mundial. Manaus, 01 de junho de 2002.

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