ABEJ participa de audiência pública sobre a PEC do diploma de jornalismo
A presidenta da Associação Brasileira de Ensino de Jornalismo (ABEJ), profa. Marluce Zacariotti, participou hoje, 26 de outubro, da Audiência Pública sobre “A Importância da Formação Superior para o Exercício do Jornalismo”, promovida pela Comissão de Comunicação – CCOM. Além da ABEJ, compuseram a mesa, em formato presencial e virtual, a jornalista Samira Castro (Fenaj); o prof. Samuel Lima (SBPjor); o jornalista Armando Rolemberg (ABI) e o deputado Amaro Neto (Republicanos), proponente da audiência e mediador do debate. Também esteve presente a diretora da regional Centro-Oeste da ABEJ, prof. Dione Moura (UNB).
“A ABEJ defende a formação prévia em jornalismo como requisito essencial para o exercício da profissão. Nossa associação tem por objetivo exatamente trabalhar pela qualidade dos cursos de jornalismo, ancorar discussões/pesquisas para o desenvolvimento de boas práticas pedagógicas, defendendo o jornalismo como conhecimento e como campo científico próprio”, explicou Zacariotti.
A presidenta destacou o papel da ABEJ na campanha da PEC do diploma, encabeçada pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), e leu a nota pública redigida pela instituição, trazendo, entre outros, os seguintes pontos:
“O exercício ética, teórica e tecnicamente orientado do jornalismo, qualificado em ambiente universitário, é, em verdade, a melhor garantia de acesso do cidadão à esfera de circulação de informações e de debates de ideias, como detentor do direito à e fonte de informação e de opiniões, inclusive como colaborador especializado, figura reconhecida e protegida pela legislação profissional até hoje”.
“A obrigatoriedade da formação, em qualquer profissão, não significa restrição de acesso (ou reserva ilegítima de mercado), mas qualificação prévia, exigida e reconhecida pela sociedade para o exercício de atividades fundamentais. No caso do jornalista, é para exercer o já mencionado mandato social de mediador do conhecimento sobre a realidade cotidiana que tal qualificação foi instituída como requisito a priori”.
“A recente pandemia da Covid-19 foi um marco muito claro, em todo o mundo, do quanto a informação profissionalmente orientada salva vidas e o quanto a desinformação mata. Diante de um poder obscuro, que descredibiliza a informação e o conhecimento, apostando na desinformação geral como estratégia de poder, a ciência e o jornalismo profissional se sobressaem como salvaguardas fundamentais da população”.
O deputado Amaro Neto destacou a importância da audiência e da participação das entidades, convocando para uma mobilização que envolva outras comissões da câmara, como a da Educação. Segundo ele, é um bom momento, uma vez que o presidente da Câmara, deputado xxx, é favorável ao PL das fake News e pode entender essa pauta como propositiva na mesma direção.
Zacariotti manifestou a disposição da ABEJ para qualquer nova ação, comentou sobre a necessidade de se pensar uma educação para a mídia e se juntou ao coro de todos os participantes da mesa redonda pedindo aos deputados que aprovem a PEC do diploma de Jornalismo já. “É a formação teórica, prática, ética e humanística que os jornalistas recebem na universidade que qualifica a informação levada à sociedade e, portanto, é um dos principais agentes contra a desinformação que assola nosso país. O diploma é o resultado dessa trajetória formativa e, sim, deve ser uma exigência para os que trabalham como profissionais do jornalismo”, ressaltou.
Campanha
A ABEJ tem realizado várias ações de apoio à pauta da atualização da regulamentação da profissão, bem como da obrigatoriedade do diploma como: inserção do tema em palestras, mesas redondas, reuniões e encontros promovidos pela associação; realização de nota pública em defesa da aprovação da PEC do diploma, lançamento de uma petição pública em favor do diploma e divulgação das informações da campanha em todos os seus canais de comunicação.
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