por Diretoria ABEJ
A diretoria da ABEJ (Associação Brasileira de Ensino em Jornalismo) repudia veementemente a denúncia feita pelo procurador da República Wellington Divino de Oliveira contra o jornalista Glenn Greenwald, editor do The Intercept. O editor do The Intercept sequer chegou a ser investigado e o inquérito da Polícia Federal o inocentou de qualquer ilegalidade nesta Operação.
Apesar disto, o procurador Wellington Divino, mesmo sem provas, apresentou denúncia contra o jornalista, afirmando que ele incentivou e orientou os hackers a cometerem o suposto crime. O caso é um grave ataque à liberdade de imprensa e criminaliza o trabalho jornalístico, conforme atestam a maioria dos juristas, dos ministros do Supremo Tribunal Federal e as entidades representativas dos jornalistas. Instituições internacionais como a ONU também demonstraram preocupação com este episódio, que vem a se somar com outros fatos graves de ataque à liberdade de imprensa. Lembramos o último relatório da Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) – https://fenaj.org.br/ataques-a-imprensa-explodem-com-bolsonaro/ –
que aponta um crescimento nas agressões a jornalistas a partir da posse do atual governo. Há de se ressaltar que a maioria dos ataques a jornalistas vem do próprio presidente da República.
Em defesa da democracia, da liberdade de expressão e contra a criminalização do trabalho jornalístico, a ABEJ se soma a outras organizações que repudiam esta ação do Ministério Público, esperando que a Justiça não acolha esta absurda acusação. Ensejamos que os órgãos corregedores do Ministério Público tomem providências para que não ocorram mais procedimentos como este, que, em nossa avaliação, maculam a imagem dessa importante instituição e prestam um desserviço à população.